(Angola 1969-1971)
1 - LONGA CAMINHADA
De arma aperrada e olhar atento
Sinto o capim a roçar o rosto,
Quando percorro a picada, sinuosa.
Mas continuo firme, no meu posto,
Quer haja pó ou faça chuva ou vento.
Ao longe outra curva no caminho.
Ali pode espreitar o inimigo.
Esqueço até o solo que percorro;
Atentamente passo os olhos pelo morro;
Não dou conta do tempo nem perigo.
É noite e continuo caminhando,
Sem água, sem amor e sem abrigo.
No meu posto firme e já cambaleante,
Escolhi local p´ra repousar
Do cansaço, mas não do perigo.
Passaram duas horas, vou andando.
O certo é que é já de madrugada
E a luta do cansaço a progredir.
P´ra lá daquela curva na picada
O ansiado quartel vai surgir.
Termina aí a longa caminhada!
© vmago
Sem comentários:
Enviar um comentário